27 janeiro 2015

O desfralde do kauê


Dia 12 de janeiro, 2 semanas atrás, comecei a desfraldar o Kauê por alguns motivos:

- Estou grávida de 20 semanas, quanto mais postergar pior para mim e para ele. Eu pelo cansaço e barriga que a cada dia irá aumentar, ele para não associar que está saindo das fraldas por causa do(a) irmão(ã);

- Kauê deu sinais que estava pronto;

- Está calor, muito calor onde moro e ele está ficando muito assado e cheio de bolinhas de calor por causa das fraldas;

- Me preparei psicologicamente e fisicamente para tal;

- Li muito sobre o assunto, principalmente em blogs (por terem passado na pele e ser um relato da vida real)

- Marido apoiou, ajudou, incentivou, elogiou e deu dicas.

Como foi o processo:
Numa segunda-feira eu acordei o Kauê, dei banho, coloquei ele sentado na minha cama e comecei a explicar que ele iria sair das fraldas e que naquele dia em diante ele iria usar somente cuecas, por que ele tinha crescido e já virou um mocinho. Mostrei todas as cuecas (12 unidades) e falei para ele escolher uma, ele escolheu uma amarelinha e ficou todo animado pulando na cama.

Herdamos do primo um penico e um redutor de acento que coloquei no banheiro de mais fácil acesso. Mostrei a ele que iria fazer o xixi e cocô somente lá. Alguns dias ele sentou no penico mais o que ele se sentiu mais a vontade mesmo foi no vaso sanitário com o redutor de acento.

De segunda a quinta parecia que ele não tinha entendido nada, era xixi pra todo lado da casa, ele fazia e já falava apontando: -"mamãe xixi", eu ia lá com o pano limpar e ao mesmo tempo falando que aquele não era lugar para fazer xixi em seguida pegava na mão dele (com toda calma do mundo e em forma de conversa e não chamando atenção) e levava ele no banheiro mostrando onde deveria fazer.

Todo dia depois do café da manhã ele faz cocô, então eu dava café e já colocava ele na privada e deixava ele lá sentadinho, eu sentava num banquinho na frente dele e aí era muita imaginação, lia livrinho, perguntava partes do corpo para ele apontar, fazia caretas, cantava, desenhava no caderno de pinturas, inventava historias tudo para ele não sair de lá.

Quando ele fez o seu primeiro xixi teve a musica da alegria, fiquei tão feliz que me peguei dançando que nem uma louca, e confesso, com uma lagrima nos olhos por uma mistura de sentimentos. Ele claro adorou a festa e vibrou junto dando tchau para o xixi. Corri para contar a novidade ao marido que se não tivesse trabalhando iria dançar junto comigo, tenho certeza.

Quando marido chegava do trabalho ele que levava ao banheiro, chegávamos a ser chatos por perguntarmos a toda hora se ele queria fazer xixi. Até eu não aguento mais falar.

Eu e meu marido presenciamos o primeiro cocô, cada um com sua música ou vibração, não esqueço a carinha do Kauê quando os dois estavam lá, juntos nesta nova conquista dele.

Na quinta quando ele acordou tirei a fralda, tomamos café, fomos ao banheiro e nada, ficou sentadinho lá sem fazer nada. Fomos ao parquinho e ele não fazia xixi de jeito nenhum, nem na calça nem no matinho, até que chegou meio dia e ele não aguentou mais e fez um pouquinho na roupa, tentei fazer ele terminar o xixi e ele não quis nem tirar a cueca, troquei ele e viemos embora e quando chegamos em casa ele foi direto para o banheiro e fez aquele xixizão da manhã inteira que ficou guardado.

Depois desse episódio deixei de falar de 20 em 20 minutos se ele queria ir ao banheiro, fiquei só observando se ele apresentava algum sinal quando estava com vontade e na maioria das vezes ele colocava a mão no "pipi" e eu já perguntava se queria fazer xixi, ele sempre dizia que sim e fazia. Ele percebeu que se fizer não precisa ficar um tempão lá sentado sem fazer nada.

Mais algumas vezes ele pediu, e esta segunda semana está sendo o de costume. Cada dia pergunto menos e vejo que ele esta evoluindo, mais ainda não estamos 100%.

A rotina de ir no banheiro se resume a ele colocar o redutor de acento (que fica pendurado ao lado do vaso sanitário, sentar, fazer as necessidades, limpar, colocar o redutor de acento no lugar, dar a descarga com o famoso tchau xixi e/ou coco e elogiar que fez certinho. Sempre a mesma rotina.

Notei que na hora de fazer cocô ele não gosta de platéia, quando fingia que não estava olhando ele se concentrava e fazia mais rápido. Como se fosse por extinto em ser um ato privado do ser humano.

Eu ensinei ele a fazer xixi sentado por sempre me ver sentando, então achei que seria mais fácil ensinar desse jeito, mais tarde quando ele tiver mais acostumado o pai terá essa próxima missão. Um dia desses quando ele estava tomando banho com o pai, o Daniel mostrou como fazer em pé e ele repetiu, eu não vi, mais quando fui dar banho eu falei para ele fazer xixi em pé que nem o papai tinha ensinado e ele fez, tão lindo, fiquei encantada de ver aquela imagem. Está certo que ele girou o "pipi" fazendo o xixi sair voando para todo lado.

Aqui decidi que não iria pôr fraldas nem na soneca da tarde para ele associar que quando esta claro não se usa fraldas, forrei o sofá com lençol e assim que ele acordava a primeira palavra que ele escutava é: -vamos ao banheiro? Vazou uma única vez.

A noite antes de dormir coloco a fralda, mesmo com ele acordado sempre explicando que é para dormir e que assim que acordasse ele iria ficar de cueca. Mais para frente eu vou tirar a fralda noturna sem data definida, quando ele e eu estivermos preparados. Na maioria dos dias a fralda amanhece seca, sem nenhum xixi e logo que tiro ele vai ao banheiro. Espero que continue assim. Por enquanto esta dando certo, tendo alguns deslizes mais sempre avançando.

Dicas que li e segui a risca, algumas fiquei super tentada a fazer de outra forma, mais me segurei:

- Comunicação é tudo, conversava e explicava todos os detalhes e tudo o que iria acontecer, foi uma semana só falando de banheiro, cuecas e xixi/cocô;

- Não tirar o penico do banheiro, para ele sempre associar que é lá que se deve fazer todas as necessidades;

- O banheiro foi adaptado, tirei nossas revistas e coloquei revistinhas e livrinhos dele, coloquei um sapo sentado na privada, suporte para ele colocar o redutor de acento e o penico;


- Uma vez que decidi tirar as fraldas não voltei atrás, fui determinada e segui em frente;

- Foco no desfralde, separei as primeiras semanas para ficar em casa e tentei não mudar a rotina do dia a dia, eu dormia, acordavam, respirava e vivia o desfralde;

- Comemorei as conquistas, inventamos uma música do desfralde e ele sempre espera a comemoração, tanto que um dia eu estava esperando ele terminar de fazer cocô para cantar  e como demorei ele mesmo comemorou dizendo: - palabens pô Kaiê mamãe;

- Damos tchau para o xixi e cocô, se fizer xixi falo só xixi e assim por diante, quando ele fala tchau para o cocô e ele só fez xixi eu o corrijo falando que é só o xixi. Ajuda a associar o que é cocô e o que é xixi;

- Insistia sempre, a ser chata de tanto perguntar se queria ir ao banheiro;

- Paciência, no começo quando fazia xixi no chão dava vontade de gritar e parecia que ia perder a paciência, respirava fundo e pensava no próximo tópico;

- Não gritar ou chamar atenção quando escapa um xixi ou cocô. Fiz de tudo para ser um procedimento natural e não uma ordem. Não quero que ele seja forçado a fazer nada e que aprenda no tempo dele;

- Eles aprendem mais no visual e com exemplos, toda vez que eu e o pai ia ao banheiro mostrava a ele e explicava o que estava fazendo;

- Eles entendem, associam e se acostumam com mudanças muito fácil do que imaginamos, por mais que a gente ache que não. Eu as vezes subestimo a inteligencia dele e acabo quebrando a cara.

Por aqui esta dando certo, e fiquei super feliz desta nova conquista do meu filho. Vamos que vamos para a próxima que é desfralde noturno.